domingo, 30 de outubro de 2016

Biocombustíveis: a energia do futuro

Parece ironia que a postagem dessa semana seja um apelo, um alerta a toda a população brasileira, enquanto que a postagem anterior do blog fora um alívio, uma esperança de que agora o mundo pudesse encontrar na união dos povos e nações, juntos, por um objetivo, um acordo, acima de  qualquer guerra, economia, poder ou interesse, o caminho para uma política comum global centrada na preservação do meio em que vivemos e de toda a vida na Terra, que é constantemente ameaçada pelo egoísmo humano e sua sede pelo poder. 
O conceito de mundo sustentável e movido a energias renováveis e não poluentes ainda é muito idealizado está muito distante da realidade em que vivemos. Os países do globo,
enxergam na economia a única forma de o país evoluir e se destacar entre os demais. Porém acompanhando o crescimento econômico está a falta de preocupação em aderir a medidas mais sustentáveis e benéficas ao meio ambiente, preferindo recursos mais baratos e que acentuam a destruição lenta e gradual do nosso planeta. 
Enquanto o homem não perceber que o "dinheiro não pode ser feito sem a árvore" (ou seja, todas as suas conquistas, todo o seu prestígio e toda a sua riqueza não seriam possíveis sem a exploração ou consequente deterioração dos recursos naturais assim como deixarão de existir quando a fonte de todo esse poder, ou seja, esses recursos, não mais existirem) estará aos poucos traçando seu destino, sem perceber que este pode ser fatal e nem um pouco agradável. 
A utilização de combustíveis fósseis para a produção de energia  é hoje a maior responsável pelo efeito estufa e aquecimento global e suas consequências no planeta. A poluição é gerada principalmente pela queima desses combustíveis como carvão mineral e derivados do petróleo. 
Apesar disso, em tempos de crise foi aprovado recentemente pelo  Congresso Nacional um programa de incentivo a usinas termelétricas a carvão, por serem mais baratas. A medida está presente em uma das mais de trinta emendas da MP 735. Agora deve passar pela aprovação do presidente Michel Temer antes de entrar em vigor. 
De acordo com o Artigo 20 da MP, as novas usinas térmicas devem entrar em operação entre 2023 e 2027 e o programa de incentivo deve garantir o nível de produção de carvão mineral para atender 100% da demanda das termelétricas.
"Neste momento, em que o mundo todo parece se encaminhar para um futuro de baixas emissões, o Brasil corre o risco de dar um passo atrás, investindo no setor mais poluente do planeta."
Organizações da sociedade civil como WWF-Brasil, Greenpeace e IEMA, querem entregar aos senadores uma carta pedindo a supressão do artigo 20 da Medida Provisória.
Fique atento ao que você pode fazer para impedir que esse artigo não seja suspenso na internet e redes sociais. 
Um futuro melhor só depende de um caminho: compromisso com o meio ambiente. E isto só vai ser possível com o investimento  em fontes de energia renováveis e limpas como éolica, solar e também biocombustíveis, que poluem muito menos o planeta!!! 


Além de substituírem os combustíveis fósseis, muito poluentes; os biocombustíveis não emitem gases causadores do efeito de estufa, os principais responsáveis pelo aquecimento global. Apesar disso, ainda há dúvidas se os biocombustíveis seriam uma solução adequada. Além de sua produção consumir muita energia, é necessária a utilização de culturas intensivas. Dessa forma, para que eles sejam produzidos, regiões antes cobertas por vegetação tem que ser desmatadas para as plantações, que exigem uma elevada quantidade de água para a irrigação e causam a perda da biodiversidade que existia no local.
O CO2 liberado na atmosfera proveniente dos biocombustíveis são reutilizados na fotossíntese que as plantas fazem. Ou seja, é um equilíbrio que acontece, pois a plantação de vegetais e plantas que serão utilizadas na produção dos biocombustíveis, acaba reabsorvendo o CO2 que a queima deles fazem. Já nos combustíveis fósseis não acontece isso pelo fato de que o petróleo é tirado do solo e não tem jeito de consumir de volta o CO2 liberado. Portanto, os biocombustíveis são mais ecologicamente corretos, mas não totalmente limpos.

Os principais biocombustíveis líquidos utilizados no Brasil são o etanol (extraído de cana-de-açúcar e utilizados nos veículos leves) e o biodiesel (produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais, utilizados principalmente em ônibus e caminhões).


Etanol

Atualmente, o etanol brasileiro representa a melhor opção para a produção sustentável de biocombustíveis em larga escala no mundo. Em relação ao meio ambiente, o etanol reduz as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 90% e a poluição atmosférica nos centros urbanos. Além disso, a produção tem baixo consumo de fertilizantes e defensivos e apresenta níveis relativamente baixos de perdas do solo. Com a criação do programa ProÁlcool, em 1975, o Brasil estabeleceu definitivamente a indústria do etanol combustível. Este é um do programas mais bem-sucedidos de substituição de combustíveis derivados do petróleo do mundo.


Biodiesel

O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. Estimulados por um catalisador, eles reagem quimicamente com álcool. Esse biocombustível substitui total ou parcialmente o diesel de petróleo em motores de caminhões, tratores, automóveis e motores de máquinas que geram energia.

Desde o lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, em dezembro de 2004, até o fim de 2011, o Brasil deixou de importar 7,9 bilhões de litros de diesel, o equivalente a um ganho de cerca de US$ 5,2 bilhões na balança comercial brasileira.

O etanol por ser obtido de vegetais, é considerado um combustível renovável, ou seja, não se esgota. É também um combustível sustentável, pois grande parte do gás carbônico lançado na atmosfera em sua produção é absorvido pela própria cana-de-açúcar durante a fotossíntese. Além disso, ele lança menos gases poluentes em comparação com os combustíveis derivados do petróleo, o que o torna um dos mais viáveis ecologicamente. O biodiesel é sim uma alternativa sustentável, porém tem que ser produzido com consciência e com cuidado para que suas desvantagens não ganhem proporções maiores que suas vantagens e este não se torne mais um agressor ao meio ambiente. A produção do biodiesel resulta entre 5% e 10% de glicerina, que quando queimada gera a acroleína que é suspeita de ser cancerígena. Não devemos esquecer também que apesar de  emitir menos CO2 que as alternativas de combustível, o biodiesel ainda libera CO2, e gasta energia para sua produção com a necessidade de adubos, motores e máquinas para o tratamento das plantações.
Podemos concluir então que, apesar do biocombustível depender, por exemplo, da plantação, o que pode acarretar no desmatamento e desnutrição do solo, ainda é uma fonte de energia sustentável. O etanol pode e substitui o petróleo e outras fontes muito poluentes, de maneira que a balança sustentável acaba por pender para o lado do biocombustível, porém enquanto o homem não parar de visar apenas o capital e se esquecer das condições do planeta o mundo vai continuar como uma bomba relógio, em que o tempo é acelerado pela poluição.