A ideia é que a partir de 2020, as emissões dos gases sejam diminuídas fazendo com que o aumento da temperatura global fique em torno de 2 graus centígrados. Outra coisa que é buscada é o equilíbrio entre o que é lançado e o quanto é retirado da atmosfera.
Então, entrevistamos dois cidadãos: o professor de filosofia Celso Brum Silveira e a bióloga Maria Helena Albarus. Perguntamos questões que são coerentes em relação a este assunto e aqui estão as respostas dadas.
Quais são as consequências do efeito estufa e o que pode causar nos ambientes naturais da Terra?
Maria Helena: "Um dos graves efeitos é o super aquecimento da Terra. Em alguns locais, onde esse super aquecimento for maior, os animais que vivem nessa área podem sumir, fugir ou serem extintos. Um exemplo são os animais da calota polar, que com o aquecimento o gelo irá derreter. Além disso o aumento das marés podem fazer com que ocorram problemas em nichos ecológicos na beira das mesmas e consequentemente irá ocorrer uma grande mudança nessas partes ecológicas."
Qual é a importância que a Conferência Mundial do Clima terá para o meio ambiente?
O problema me parece que está em ter um compromisso que na verdade não é lei, mas um compromisso político. Esse compromisso político está projetado para um período bastante extenso, mas que ele pode facilmente ser descumprido ou não encontrar uma exigência que lhe venha garantir a efetivação. E nesse sentido é um risco que é delicado. Tanto a China quanto os Estados Unidos vão depender um do outro para que eles se comprometam, pois isso implica em muitas restrições para o mercado interno deles. E nessa competição e de todas as ordens que essas duas nações hoje se envolvem são a liderança que pode pode motivar e exigir dos seus afiliados um compromisso maior ou menor. Eu sou de certa forma pessimista em relação a esses índices, eu não sou pessimista em relação a mobilização política que possa ser feito em torno disso. Mas eu não sou otimista em relação ao índice tão alto de 55% nem aos prazos que essa convenção solicita. No entanto, a entrada dessas duas nações é fundamental para que seja possível esse tipo de convenção. Muito pouco se conseguirá a respeito disso sem que as lideranças mundiais econômicas estejam presentes."
Concluindo...
É revoltante pensar que durante toda a sua existência o ser humano nunca tenha se preocupado em combater os problemas ambientais gerados por si mesmo ou medir esforços para promover atitudes sustentáveis que não agridam o meio em que vive em compartilhamento com todos os seres da Terra. Que enquanto o homem vencia guerras construía impérios, ia aos poucos morrendo a natureza exuberante que a ele cerca e lhe fornece todo o suprimento ou auxílio que se mostram cruciais em suas conquistas. Que por uma vida inteira de alienação, o homem tenha percebido seu erro somente em pleno século atual de ter deixado de lado o pilar que sustenta seus impérios. Pilar este que se pensava o contrário mas descobriu-se que é tão frágil e vulnerável quanto o próprio homem por si só.
O acordo de Paris é o primeiro pacto universal de luta contra a mudança climática de cumprimento obrigatório e determina que seus 195 países signatários ajam para que a temperatura média do planeta sofra uma baixa elevação.
Para alcançar todos os objetivos estabelecidos pelo acordo de Paris é necessário que haja um real comprometimento dos países envolvidos e que haja efetivação de soluções para a situação global com ações reais.
Seria mentira se dissesse que os objetivos dessa conferência não são ambiciosos, mas são essenciais.
Pontos importantes:
- Países devem trabalhar para que aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC, para que o planeta não se encaminhe para "um futuro sem volta de efeitos devastadores".
- Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano
- Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária, nem metas para cada país. Praticamente todo acordo será voluntário, com metas nacionais.
- Texto não determina quando emissões precisam parar de subir, mas a meta é de que isso ocorra em breve.
- Acordo deve ser revisto a cada 5 anos para direcionar as metas de diminuição da temperatura e dar transparência às ações.
O Acordo de Paris foi inédito no sentido de consenso global, em um acordo em que todos os países reconhecem que as emissões de gases do efeito estufa devem ser reduzidas para que em algum momento comecem a cair. Ao todo, 195 países membros da Convenção do Clima da ONU e a União Europeia ratificaram o documento.
Há uma crítica por parte dos cientistas para a ausência de metas específicas para longo prazo, mas o acordo não limita a possibilidade de que essas sejam estabelecidas mais tarde, com "a melhor ciência possível".
"As partes do acordo visam atingir um pico global nas emissões de gases de efeito estufa assim que possível, reconhecendo que o pico levará mais tempo para países em desenvolvimento", diz o texto.
O documento também convoca os países a "adotarem reduções rápidas a partir de então, de acordo com a melhor ciência disponível, de modo a atingir um equilíbrio entre as emissões antropogênicas por fontes [queima de combustíveis fósseis] e pela remoção por sorvedouros de gases de efeito estufa na segunda metade deste século."
Para obter apoio dos EUA ao acordo somente algumas estruturas seriam "legalmente vinculantes", ou seja, terão força de lei internacional como regulamentação da Convenção do Clima da ONU, assinada em 1992 no Rio de Janeiro. O cumprimento será voluntário para outros pontos.
Essa foi a solução encontrada diante da constatação de que um acordo com metas obrigatórias de redução de emissões dificilmente seria aprovado pelo Senado dos EUA, com maioria republicana e fortes opositores.
O presidente francês François Hollande que foi o primeiro a assinar o acordo, cobrou que os demais países da União Europeia (UE) dessem o "exemplo" e cumprissem as ratificações ao longo de 2016.
São necessárias duas etapas: a assinatura (aberta até abril de 2017) e a ratificação em função das regras nacionais (votação pelo parlamento, decreto, etc.). Para que o acordo de Paris entre em vigor formalmente, precisa ser ratificado por 55 países que representem 55% das emissões mundiais de gases de efeito estufa.
Já ratificaram o acordo países responsáveis por 39% dessas emissões, entre eles Brasil, China e Estados Unidos.
O presidente Michel Temer assinou, nesta segunda-feira (12), no Palácio do Planalto, a ratificação do Acordo de Paris. A meta é fortalecer a reação global em relação à ameaça do aumento da temperatura no planeta e reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos das mudanças climáticas. No discurso, Temer ressaltou que a preservação do meio ambiente é uma política de Estado. "O meio ambiente não é uma questão de governo e sim de Estado. É uma obrigação dos governos. É um imperativo colocado pela soberania popular quando se construiu o Estado brasileiro".
Objetivos:
O Brasil se comprometeu a diminuir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, e em 43% até 2030, em relação às emissões de 2005. É esperado que isso seja alcançado com a mudança na matriz energética brasileira, que passaria a ter 45% de energias renováveis e aumento de 18% de bioenergias até 2030, além do reflorestamento de 12 milhões de hectares de florestas.
As emissões registradas em 2014 se aproximam das de 1990, permitindo avaliar de forma positiva a implementação das ações de mitigação para diferentes setores, em especial, para o de Mudança do Uso da Terra e Floresta.
Mesmo que o Brasil tenha ratificado o acordo, há muito a ser feito e muitos países ainda não o ratificaram. Cientistas ao redor do mundo alertam:
O recado está dado: o futuro do planeta está em nossas mãos. A energia do futuro é limpa e renovável! As mudanças na emissão de gases propostas pelos países ainda não é suficiente, e são basicamente voluntárias, ou seja, a decisão cabe a cada país, assim como o
financiamento para os menos desenvolvidos, o que poderá ser um desastre se o comprometimento dos países com o acordo não persistir, podendo chegar a 2030 com trajetória de 3 graus celsius.
financiamento para os menos desenvolvidos, o que poderá ser um desastre se o comprometimento dos países com o acordo não persistir, podendo chegar a 2030 com trajetória de 3 graus celsius.
Será que os demais países irão ratificar o acordo e cumprir com a sua parte?
Vamos acompanhar as notícias e torcer para que isso aconteça...